quarta-feira, 14 de março de 2007

Da Prata ao Gás

 set 2006

Por João Paulo Mehl

Diz a lenda, que das minas de Potosí – sudoeste boliviano – poderia iniciar uma ponte que ligaria o País latino americano à Espanha, com os mais de 16 milhões de quilos de prata extraídos desta mina e levados para enriquecer o país explorador. Esta é apenas uma história, mas representa o que aconteceu e acontece a mais um país colonizado, explorado, subdesenvolvido e sul americano desde sua “descoberta” pelos ambiciosos aventureiros do velho continente. Riquezas naturais usadas sem indenização nem retorno social para seu povo.

Em julho de 2005 tive a possibilidade de visitar este país, e por quase um mês conheci um pouco de sua realidade pela visão dos movimentos sociais; organizações sindicais, estudantis, partidos políticos e pelos incansáveis debates em praças, ônibus, táxis, universidades, manifestações e em todos os cantos do país vizinho que mostrava uma efervescência política apaixonante. A revolta pela desigualdade era clara, grandes mudanças eram iminentes.

Transformações radicais na sua condição até então subjugada por empresas e países dominantes – e incluo o Brasil nisto – que utilizam suas riquezas para impor-lhes uma eterna dependência, era questão de tempo.
Na ultima semana vimos o Presidente boliviano Evo Morales cumprir sua promessa de campanha de Nacionalizar os recursos naturais deste país em nome da sobrevivência digna de seu povo e da soberania Nacional!

Evo fez o que seu povo exigiu, Justiça! Fez, o que fizemos 50 anos atrás quando lançamos a campanha “O PETRÓLEO É NOSSO!”, orgulho nacional pelo sucesso que fez surgir a PETROBRÁS, maior e mais bem sucedida empresa brasileira, que hoje nos orgulha com a AUTO SUFICIÊNCIA em petróleo. Lembramos também, a nacionalização do petróleo Mexicano em 1917 seguida da expropriação das empresas estrangeiras, na Argentina em 1957 e Venezuela em 1975.

As oposições brasileiras fazem uma defesa patriótica da “propriedade brasileira”, uma defesa da Petrobrás enquanto empresa pública, financiada pelos impostos do povo brasileiro, mas que estranhamente, ou não, defendeu nos tempos do Presidente Fernando Henrique Cardoso a aprovação da Lei n. 9478/1997, que acabou com o monopólio público de exploração do petróleo e permitiu a venda de ações da Petrobrás a estrangeiros, que hoje controlam boa parte da companhia, o mesmo grupo que aplaudiu a venda da Vale do Rio Doce e de muitas outras privatizações. Com isto, temos uma empresa de mercado, que pratica preços de mercado, portanto, deve pagar preços de mercado para o Gás boliviano.
As especulações em torno da expropriação do patrimônio da Petrobrás ou ao não fornecimento e aumento do gás para as indústrias e o consumidor brasileiro estão caindo por terra nas ações e acordos dos Governos Brasileiro e Boliviano. Os resultados só a história poderá julgar, mas a certeza de justiça e integração latino americana ficam claras na atuação diplomática brasileira.

Evo agiu respaldado pela pressão popular que em 2004 por 92% dos votos apoiou nacionalização e dos 54% de eleitores que votaram acreditando nas reformas básicas para a sobrevivência do país. Fez pela consciência de sobrevivência latino americana, pois se não fizesse, caía, pois seguramente a população boliviana não lhe daria sustentação para enfrentar a centenária elite política daquele país.

Contudo, vemos uma atuação firme do Presidente LULA, contrapondo a demagogia eleitoreira das oposições, defendendo a soberania dos povos latinos americanos e colocando o interesse dos oprimidos acima dos do mercado.

Eduardo Galeano já dizia em seu livro As Veias Abertas da América Latina, “Este é o país (Brasil) que constitui o eixo da libertação ou servidão de toda a América Latina”, o destino cabe a nós decidir.

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quarta-feira, 14 de março de 2007

Equivalência de disciplinas de outras Universidades

Processo 23075.034588/2006-21

Neste processo nos assustou mais uma vez o empenho do Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica, Prof Raimundo Ribeiro para dificultar os processos dos estudantes.

O aluno Anderson Luis de Lima solicitou a equivalência da disciplina Engenharia e Segurança do Trabalho onde ele cursou e tirou a nota máxima na UTFPR e em mais este caso o referido professor apresentou parecer pelo indeferimento do aluno.

Solicitei vistas no processo na reunião do Pleno do CEPE e apresentei relato pelo deferimento do pedido, sendo aprovado pela ampla maioria dos votos, sendo apenas o voto do relator original contrário ao meu parecer. Novamente o referido professor prepara com bastante entusiasmo o recurso para não conceder a equivalência.

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quarta-feira, 14 de março de 2007

ESTUDANTES DE ELÉTRICA: REGRA N-2 PERTO DO FIM!

No dia 7 de fevereiro na Reunião da 3a Câmara do CEPE – Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – os conselheiros discentes Alan Beletti (Eng. Civil) e João Paulo Mehl (Administração), representantes do DCE UFPR, contestaram, em conjunto com outros conselheiros, a importância da Regra N-2 para o curso de Engenharia Elétrica – o único da UFPR que possui tal regra.

A regra impede a matrícula de matérias do currículo do um semestre se os estudantes tiverem reprovações ou matérias atrasadas de um semestre dois períodos anteriores, gerando uma grande rede de dependências.

No nosso entendimento o fim da regra é fundamental para a flexibilização curricular, seguindo as diretrizes do PNE (Plano Nacional da Educação) e constituindo uma formação acadêmica e profissional satisfatória para o discente. Como resultado teremos uma queda na ocorrência de falta de vagas nas classes e alunos com baixíssima carga horária (inferior a mínima do curso), gerando um ciclo de dependências e não aproveitamento da capacidade desta universidade, além da falta de adaptação curricular dos alunos oriundos do Provar.

Acrescentado a isto, tem-se a legitimidade da Assembléia Geral dos Estudantes de Engenharia Elétrica organizada pelo DAEL (Diretório Acadêmico de Engenharia Elétrica), que democraticamente deliberou por uma adaptação currícular do curso, visando sua flexibilização e maior aproveitamento.

Tivemos uma vitória parcial, no entanto, o Coordenador do Curso, Prof. Raimundo Ribeiro recorreu a nossa vitória levando-a ao debate da próxima plenária do CEPE, onde teremos um novo embate, já que o referido professor tem se mostrado um exímio lutador, só não temos a certeza se é em prol dos alunos.
Esta luta demonstra que com vontade política e trabalho, o DCE pode lutar pelos estudantes da UFPR, e que, além das grandes formulações, o DCE tem que viver o dia a dia dos alunos, defendendo-os sempre que for justo e necessário!

Por Everton Gomes, João Paulo Mehl e Ticiano Bragatto

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terça-feira, 13 de março de 2007

REFLEXÕES PARA UM DCE UFPR DEMOCRÁTICO, FORTE, REALIZADOR E DE LUTA

Janeiro de 2006

Por João Paulo Mehl

 

1.O importante é o movimento: A gestão do DCE é mais importante do que os cargos dele; por isso, é fundamental uma boa gestão no DCE, que tenha a capacidade de envolver mais estudantes, de conquistar vitórias concretas. Assim, precisamos abrir um processo de compartilhamento de boas idéias para a gestão. Precisamos ter como meta a luta de verdade, democracia, participação, transparência, conquistas e debate.

2.Somos todos DCE! E é sobre esta bandeira que devemos nos debruçar para construir um DCE dinâmico e representativo. Precisamos ter claro que nossas posições são as posições do DCE, se o DCE estiver sendo atacado, somos nós os atingidos. Por isto é preciso ter unidade nas lutas, responsabilidade nas decisões e agilidade nas ações. Não temos tempo a perder, um ano de gestão é pouco para todos os projetos que sonhamos. Temos uma oposição sedenta por manchetes policiais, uma oposição que no primeiro deslize se aproveitará para buscar a desestabilização, não podemos nos iludir, será uma luta dura no campo político. É por isto que nossa união é fundamental para que este próximo período seja fértil.

3.Confiança: Precisamos olhar o companheir@ de chapa e te-l@ como parceir@ de luta. A compreensão pelo erro cometido, pela falha que “escapou”, pelo dia ruim que cada um tem, pela divergência pontual, pelo desencontro e pelo vacilo, pois todo mundo erra, alguns mais outr@s menos.

4.Participação: A democratização das decisões é sempre um desafio nas gestões do Movimento Estudantil. Nossa gestão tem na radicalização da democracia interna e com os demais atores da universidade um norte, no entanto, os instrumentos ainda não conseguem contemplar a maioria. Vejo como central a valorização dos espaços de discussão presenciais, a Sede do DCE deve ser nosso coração, mas também temos na INTRANET, liderada pelos companheir@s Diego, Karla e Sheilla (com a ajuda de outros tantos) uma importante e fundamental ferramenta para que decisões não sejam truculentas nem “autoritárias”.

5.União: Sem solidariedade não conseguiremos atingir nosso objetivo, de fazer a segunda melhor gestão da história (já que a primeira tem que ser a próxima). Só com colaboração, participação, solidariedade e união conseguiremos construir o DCE dos nossos sonhos.

6.Posição firme: Precisamos ser um campo político dirigente, capaz de pautar um debate que agite e mobilize os estudantes da UFPR, que seja capaz de levar para outros grupos a reflexão sobre nossa política, agregar-se a ela ou combate-la, mas para isto precisamos debater com sinceridade e desarmados, mas precisamos ser firmes pois não teremos trégua.

7.Política ou tática? A divergências são naturais e importantes para o crescimento coletivo. No entanto, vejo em nossa gestão uma confusão entre divergências políticas e divergências táticas, a primeira é certamente incontornável mas pouco comum, a segunda, ocorreu em alguns momentos dentro de nossa gestão, quanto decisões foram tomadas sem o consentimento de todos, ocorreu principalmente pelo motivo de serem em início de gestão e o grupo ainda não estar “azeitado”. Reivindico que os companheir@s que se colocam sempre do lado oposto reflitam um pouco mais para que atritos desnecessários sejam superados, sob pena de se tornarem adversários do coletivo e acabarem isolados.

8.Partidos Políticos. Medo e desconhecimento, estas talvez sejam as palavras que melhor retratam a relação de boa parte dos estudantes em relação aos partidos políticos. Muitas vezes os partidos são colocados como o principal inimigo do movimento estudantil, sendo inclusive objeto de oposição simplória de pequenos grupos que se reúnem para combate-los no ME, acreditando que sem eles o ME avançará mais.
No entanto, mau sabem que os partidos são organizações sociais, que organizam a sociedade e os movimentos sociais, que tem como fim a melhoria da sociedade através do seu ângulo e por via institucional, sendo o instrumento dos mais diversos movimentos, tendo as mesmas distorções que qualquer organização.
Precisa ficar claro para nossa gestão que o problema não são os partidos nem os militantes partidários – que optaram por abraçar outras lutas e não apenas a do ME – , mas sim aqueles que tem como objetivo a promoção pessoal e de grupos específicos. Ressalto também que a promoção pessoal e de grupos não é demérito, mas deve ser conseqüência do avanço da entidade.

9.TESÃO. Garra, vontade, paixão, amor para lutar por uma sociedade igualitária, justa, onde tod@s tenham oportunidade, com educação emancipadora e libertária para tod@s.

10.Os Melhores? Talvez, mas não estamos aqui para sermos os melhores, isolados na melhoria. Sabemos que ou essas modificações são uma decisão coletiva dos diversos campos do movimento, ou servirão apenas para nossa alegria isolada. E como estamos aqui para transformar de verdade, não nos serve uma alegria isolada. Precisamos contaminar o Movimento Estudantil com esse debate de que “IMPORTANTE É O MOVIMENTO”.

11.Oposição. A oposição tem procurado caracterizar nosso grupo como uma Máfia, como os pilantras. E acreditem, a oposição tem a proposta de levantar a bandeira ANTI-DCE. É certo que a política buscada por um setor da oposição é da destruição da entidade, vão adotar práticas para minar nossa força nos centros acadêmicos e com os estudantes, vão preparar materiais para nos atingir e tudo mais que possa afetar nossa gestão, não podemos nos enganar! Vamos precisar construir um conselho político que prepare reuniões, organize os CEBs, articule com os Centros Acadêmicos para que os ataques sejam neutralizados e que nosso grupo esteja sempre preparado para os debates.

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