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Da prata ao software: a luta pela soberania dos povos

quarta-feira, março 14th, 2007

março 2006

Por João Paulo Mehl e Marco Antônio Amarelo Konopacki

 

Diz a lenda que é possível construir uma ponte da montanha de Potosí, na Bolívia, à Madri usando somente a prata extraída das minas potosinas. Na verdade, o que parece uma história de ficção é mais um triste exemplo da exploração que sofre a América Latina. A Bolívia já foi considerada “o nervo principal do reino espanhol”: de lá foram extraídos cerca de 16 milhões de quilos de prata, segundo as sempre minimizadas cifras oficias. Entretanto hoje amarga uma das piores colocações no Índice de Desenvolvimento Humano.

Foi por volta do século XVI que o imperialismo europeu consolidou seus negócios no continente, tornando-o a mola propulsora do desenvolvimento do velho mundo, deixando o legado de incalculáveis milhões de mortes e saques.

Viajando três séculos à frente e descendo um bocado, nos deparamos com o Paraguai, exceção latino-americana, que por meio de um desenvolvimento sustentável apoiado nas massas camponesas, conseguiu dar condições minimamente dignas de vida para a maioria de sua população. Evidente que isto incomodava os imperialistas da época, que viam no pequeno país um mau exemplo para os vizinhos, já que, além de independente dos bancos ingleses, era o mais próspero país da América Latina. A retaliação não tardou: por meio da chamada Tríplice aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), financiada pelos bancos e indústrias inglesas, iniciou-se a tarefa de exterminar a pátria, o povo e a esperança da América Latina livre.

Entretanto os paraguaios não estavam sozinhos, outros pensadores também sonhavam com uma América diferente. E foi na carta da Jamaica que Simon Bolivar expressou de maneira clara a importância de formarmos um único bloco como forma de resgatarmos nosso “crédito” deixado pelos exploradores.

Porém o colonialismo tinha criado novas formas e agora não era mais a Espanha nossa inimiga, mas a Inglaterra, que desenvolveu seus tentáculos fundamentada nas teorias mercantilistas sedimentadas no século XVII e que até hoje impõe sua grande prepotência aos demais povos do mundo.

 

Avançamos mais um pouco no tempo e nos deparamos com o que poderia ter sido o fim do capitalismo: a crise de 29. As reações foram das mais diversas na América Latina. As esquerdas fortaleceram-se enquanto movimentos de massa através dos partidos socialistas e comunistas. Os sindicatos e centrais sindicais também se proliferam por quase todo continente. A classe trabalhadora teve papel fundamental neste período, já que as mudanças provocadas pela crise impulsionaram o desenvolvimento industrial em quase todo o mundo, fortalecendo-a ainda mais.

Temos que nos atentar, no entanto, para o caráter urbano das modificações e dos movimentos de esquerda, que, com exceção do pioneirismo do México e sua revolução, não trataram da reforma agrária, separando assim os rumos dos trabalhadores urbanos e rurais.

No Brasil, elegemos como símbolo a introdução dos direitos trabalhistas no governo de Getúlio Vargas, que, embora progressista, restringiu-se apenas a vitórias para os trabalhadores urbanos. Isto se deu, muito certamente, por conta dos interesses dos sempre fortes coronéis que não permitiram que a questão agrária fosse tratada, nem naquele tempo e nem nunca, visto que ainda possuímos a pior estrutura fundiária do mundo.

Mas essas não foram as únicas lutas pela emancipação dos povos da América Latina. No Chile e no Uruguai, vimos a esquerda se consolidando sobre a forma de partidos socialistas e comunistas. No México e na Argentina, aconteceram os movimentos nacionais e populares como PRI e o Peronismo.

Mesmo o Brasil teve seu líder comunista com o governo caindo acidentalmente nas mãos de João Goulart. O gaúcho quebrou tabus e incomodou os membros da TFP (Tradição Família e Propriedade) quando priorizou as reformas de base, em especial, a Reforma Agrária. Mais rápido que formiga indo para o açúcar, os militares marcharam para a capital para derrubar o sonho de uma nação construída pelas pautas dos movimentos sociais. Pior, não tivemos liderança suficiente para reagir e lutar.

Em seguida, boa parte da América Latina viveu um negro período de dominação pelos militares. Os conservadores, estreitamente ligados ao porrete dos EUA, instituíram algumas das mais sangrentas ditaduras da história contemporânea.

Recentemente, a beira do século XXI, presenciamos a força do maior império de todos os tempos expandir o seu modelo de sociedade pelo mundo, em especial para os países latino-americanos.

Com a política do porrete e depois da bomba atômica, os Estados Unidos passaram a ser os maiores opressores do mundo, tanto no campo político quanto no econômico. Na sociedade estadunidense homogeneizada a diversidade da América Latina incomoda e, como, para eles, somos o seu quintal, aqui só deveriam florescer flores vermelhas, brancas ou azuis.

No entanto, o sentimento de unidade e integração entre os povos, seja pelos movimentos sociais, seja pela sociedade civil organizada, resiste e faz florescer as flores os sonhos do POVO. Presenciamos, portanto, a eleição de grandes líderes populares, como Lula, Hugo Chavez, Evo Morales, Kirchner, Tabarés Vázquez e Rafael Correa.

Este momento histórico fortalece a perspectiva de que a soberania de um povo não se negocia; que a luta pelos direitos dos trabalhadores e dos oprimidos se mantém viva e, principalmente, que Simon Bolivar estava certo quando disse que “todos os povos do mundo que lutaram pela liberdade exterminaram por fim os seus tiranos”.

A negação a Alca e a consolidação do bloco do Mercosul são exemplos da rejeição do modelo estadunidense. Porém, não devemos e nem podemos deixar de ser críticos em relação a estes avanços. Embora eles estejam ocorrendo, a integração tem sido majoritáriamente econômica. É necessário pressão por uma integração cultural, social e política, pois, sem isto, as forças opressoras não vão tardar em reassumir o poder.

É importante também não esquecermos qual é a correlação de forças no nosso continente. As elites dominam os meios de produção industrial e agrícola e hegemonizam a comunicação – talvez o mais estratégico instrumento de dominação. Tais unidades de poder maquinam as engrenagens da história de forma que ela se rompa antes mesmo de dar sua primeira volta. Os meios de comunicação de massa, altamente elitizados e conservadores, e a alta burguesia são a força contrária ao processo de emancipação e soberania que está em marcha na América Latina.

Esta emancipação e integração da América Latina passa obrigatoriamente pelo acesso à comunicação como instrumento político. Sem uma comunicação mais democrática não há possibilidade de fortalecimento da nossa luta. Vivemos hoje um período em que os meios de comunicação têm uma importância fundamental na formação da nossa visão de mundo. Entretanto, o que verificamos é um monopólio e uma concentração dos veículos na mão de pouquíssimas famílias. Via de regra, tal elite procura formar indivíduos apolíticos, desinteressados e descomprometidos com o futuro das sociedades em que estão inseridos. Os meios de comunicação transformaram-se em meras ferramentas comerciais de reprodução de indivíduos voltados para o consumo. Quem ousar reverter esse processo e inserir uma programação mais regionalizada, independente e passível de participação popular, estará, sem dúvida, trabalhando a favor da libertação da América Latina do julgo de seus dominadores. Hugo Chavez, ao criar a Telesur, primeiro canal de televisão voltado para a América Latina, com ampla participação popular, deu um importante passo nesse sentido.

Precisamos produzir nossas próprias ferramentas de comunicação e de conhecimento, pois caminharemos rumo a uma sociedade mais igualitária e plural. E é por isso que os movimentos de libertação do conhecimento têm muito a contribuir neste debate. O movimento Software Livre vem quebrando fronteiras tecnológicas, permitindo uma democratização do acesso à tecnologia e também o desenvolvimento colaborativo dela.

O “Creative Commons”, é outra interessante ferramenta para a nossa libertação, pois permite o copy left e reserva apenas alguns direitos na produção de conteúdo intelectual. Isto significa que esta licença garante a autoria das obras, porém, de acordo com a vontade do autor, libera alguns direitos para a comunidade. Com isto, torna-se possível criar uma nova obra a partir de outra já criada. Ou seja, construir colaborativamente para aquele conhecimento. Isto permite a inclusão de características regionais em cada obra e ela deixa de ser egoísta-hegemônica para ser solidária-colaborativa. Essa é a verdadeira divisão do poder nas comunidades locais e nós, da América Latina, temos em nossa raiz social o processo colaborativo nas veias.

Da prata ao software fica clara a disputa travada na sociedade: de um lado, temos a propriedade, o domínio, o resultado financeiro como mola propulsora da concentração de renda e riquezas; do outro, temos a colaboração, a solidariedade e a liberdade para construir uma América Latina democrática e socialista! Cabe ao Estado, regulador e dirigente dos rumos do país, indicar e garantir o caminho e ao Movimento Social pressionar e lutar!

 

João Paulo Mehl é militante do PT do Paraná e Coletivo Soy Loco Por Ti

Marco Antônio Konopaki – Amarelo, militante do PT do Paraná e Coletivo Soy Loco Por Ti

 

Revisão

Rachel Callai Bragatto, jornalista, INTERVOZES

 

CC Creative Comons – Apenas alguns direitos Reservados

 

Da Prata ao Gás

quarta-feira, março 14th, 2007

 set 2006

Por João Paulo Mehl

Diz a lenda, que das minas de Potosí – sudoeste boliviano – poderia iniciar uma ponte que ligaria o País latino americano à Espanha, com os mais de 16 milhões de quilos de prata extraídos desta mina e levados para enriquecer o país explorador. Esta é apenas uma história, mas representa o que aconteceu e acontece a mais um país colonizado, explorado, subdesenvolvido e sul americano desde sua “descoberta” pelos ambiciosos aventureiros do velho continente. Riquezas naturais usadas sem indenização nem retorno social para seu povo.

Em julho de 2005 tive a possibilidade de visitar este país, e por quase um mês conheci um pouco de sua realidade pela visão dos movimentos sociais; organizações sindicais, estudantis, partidos políticos e pelos incansáveis debates em praças, ônibus, táxis, universidades, manifestações e em todos os cantos do país vizinho que mostrava uma efervescência política apaixonante. A revolta pela desigualdade era clara, grandes mudanças eram iminentes.

Transformações radicais na sua condição até então subjugada por empresas e países dominantes – e incluo o Brasil nisto – que utilizam suas riquezas para impor-lhes uma eterna dependência, era questão de tempo.
Na ultima semana vimos o Presidente boliviano Evo Morales cumprir sua promessa de campanha de Nacionalizar os recursos naturais deste país em nome da sobrevivência digna de seu povo e da soberania Nacional!

Evo fez o que seu povo exigiu, Justiça! Fez, o que fizemos 50 anos atrás quando lançamos a campanha “O PETRÓLEO É NOSSO!”, orgulho nacional pelo sucesso que fez surgir a PETROBRÁS, maior e mais bem sucedida empresa brasileira, que hoje nos orgulha com a AUTO SUFICIÊNCIA em petróleo. Lembramos também, a nacionalização do petróleo Mexicano em 1917 seguida da expropriação das empresas estrangeiras, na Argentina em 1957 e Venezuela em 1975.

As oposições brasileiras fazem uma defesa patriótica da “propriedade brasileira”, uma defesa da Petrobrás enquanto empresa pública, financiada pelos impostos do povo brasileiro, mas que estranhamente, ou não, defendeu nos tempos do Presidente Fernando Henrique Cardoso a aprovação da Lei n. 9478/1997, que acabou com o monopólio público de exploração do petróleo e permitiu a venda de ações da Petrobrás a estrangeiros, que hoje controlam boa parte da companhia, o mesmo grupo que aplaudiu a venda da Vale do Rio Doce e de muitas outras privatizações. Com isto, temos uma empresa de mercado, que pratica preços de mercado, portanto, deve pagar preços de mercado para o Gás boliviano.
As especulações em torno da expropriação do patrimônio da Petrobrás ou ao não fornecimento e aumento do gás para as indústrias e o consumidor brasileiro estão caindo por terra nas ações e acordos dos Governos Brasileiro e Boliviano. Os resultados só a história poderá julgar, mas a certeza de justiça e integração latino americana ficam claras na atuação diplomática brasileira.

Evo agiu respaldado pela pressão popular que em 2004 por 92% dos votos apoiou nacionalização e dos 54% de eleitores que votaram acreditando nas reformas básicas para a sobrevivência do país. Fez pela consciência de sobrevivência latino americana, pois se não fizesse, caía, pois seguramente a população boliviana não lhe daria sustentação para enfrentar a centenária elite política daquele país.

Contudo, vemos uma atuação firme do Presidente LULA, contrapondo a demagogia eleitoreira das oposições, defendendo a soberania dos povos latinos americanos e colocando o interesse dos oprimidos acima dos do mercado.

Eduardo Galeano já dizia em seu livro As Veias Abertas da América Latina, “Este é o país (Brasil) que constitui o eixo da libertação ou servidão de toda a América Latina”, o destino cabe a nós decidir.

Equivalência de disciplinas de outras Universidades

quarta-feira, março 14th, 2007

Processo 23075.034588/2006-21

Neste processo nos assustou mais uma vez o empenho do Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica, Prof Raimundo Ribeiro para dificultar os processos dos estudantes.

O aluno Anderson Luis de Lima solicitou a equivalência da disciplina Engenharia e Segurança do Trabalho onde ele cursou e tirou a nota máxima na UTFPR e em mais este caso o referido professor apresentou parecer pelo indeferimento do aluno.

Solicitei vistas no processo na reunião do Pleno do CEPE e apresentei relato pelo deferimento do pedido, sendo aprovado pela ampla maioria dos votos, sendo apenas o voto do relator original contrário ao meu parecer. Novamente o referido professor prepara com bastante entusiasmo o recurso para não conceder a equivalência.

ESTUDANTES DE ELÉTRICA: REGRA N-2 PERTO DO FIM!

quarta-feira, março 14th, 2007

No dia 7 de fevereiro na Reunião da 3a Câmara do CEPE – Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – os conselheiros discentes Alan Beletti (Eng. Civil) e João Paulo Mehl (Administração), representantes do DCE UFPR, contestaram, em conjunto com outros conselheiros, a importância da Regra N-2 para o curso de Engenharia Elétrica – o único da UFPR que possui tal regra.

A regra impede a matrícula de matérias do currículo do um semestre se os estudantes tiverem reprovações ou matérias atrasadas de um semestre dois períodos anteriores, gerando uma grande rede de dependências.

No nosso entendimento o fim da regra é fundamental para a flexibilização curricular, seguindo as diretrizes do PNE (Plano Nacional da Educação) e constituindo uma formação acadêmica e profissional satisfatória para o discente. Como resultado teremos uma queda na ocorrência de falta de vagas nas classes e alunos com baixíssima carga horária (inferior a mínima do curso), gerando um ciclo de dependências e não aproveitamento da capacidade desta universidade, além da falta de adaptação curricular dos alunos oriundos do Provar.

Acrescentado a isto, tem-se a legitimidade da Assembléia Geral dos Estudantes de Engenharia Elétrica organizada pelo DAEL (Diretório Acadêmico de Engenharia Elétrica), que democraticamente deliberou por uma adaptação currícular do curso, visando sua flexibilização e maior aproveitamento.

Tivemos uma vitória parcial, no entanto, o Coordenador do Curso, Prof. Raimundo Ribeiro recorreu a nossa vitória levando-a ao debate da próxima plenária do CEPE, onde teremos um novo embate, já que o referido professor tem se mostrado um exímio lutador, só não temos a certeza se é em prol dos alunos.
Esta luta demonstra que com vontade política e trabalho, o DCE pode lutar pelos estudantes da UFPR, e que, além das grandes formulações, o DCE tem que viver o dia a dia dos alunos, defendendo-os sempre que for justo e necessário!

Por Everton Gomes, João Paulo Mehl e Ticiano Bragatto

REFLEXÕES PARA UM DCE UFPR DEMOCRÁTICO, FORTE, REALIZADOR E DE LUTA

terça-feira, março 13th, 2007

Janeiro de 2006

Por João Paulo Mehl

 

1.O importante é o movimento: A gestão do DCE é mais importante do que os cargos dele; por isso, é fundamental uma boa gestão no DCE, que tenha a capacidade de envolver mais estudantes, de conquistar vitórias concretas. Assim, precisamos abrir um processo de compartilhamento de boas idéias para a gestão. Precisamos ter como meta a luta de verdade, democracia, participação, transparência, conquistas e debate.

2.Somos todos DCE! E é sobre esta bandeira que devemos nos debruçar para construir um DCE dinâmico e representativo. Precisamos ter claro que nossas posições são as posições do DCE, se o DCE estiver sendo atacado, somos nós os atingidos. Por isto é preciso ter unidade nas lutas, responsabilidade nas decisões e agilidade nas ações. Não temos tempo a perder, um ano de gestão é pouco para todos os projetos que sonhamos. Temos uma oposição sedenta por manchetes policiais, uma oposição que no primeiro deslize se aproveitará para buscar a desestabilização, não podemos nos iludir, será uma luta dura no campo político. É por isto que nossa união é fundamental para que este próximo período seja fértil.

3.Confiança: Precisamos olhar o companheir@ de chapa e te-l@ como parceir@ de luta. A compreensão pelo erro cometido, pela falha que “escapou”, pelo dia ruim que cada um tem, pela divergência pontual, pelo desencontro e pelo vacilo, pois todo mundo erra, alguns mais outr@s menos.

4.Participação: A democratização das decisões é sempre um desafio nas gestões do Movimento Estudantil. Nossa gestão tem na radicalização da democracia interna e com os demais atores da universidade um norte, no entanto, os instrumentos ainda não conseguem contemplar a maioria. Vejo como central a valorização dos espaços de discussão presenciais, a Sede do DCE deve ser nosso coração, mas também temos na INTRANET, liderada pelos companheir@s Diego, Karla e Sheilla (com a ajuda de outros tantos) uma importante e fundamental ferramenta para que decisões não sejam truculentas nem “autoritárias”.

5.União: Sem solidariedade não conseguiremos atingir nosso objetivo, de fazer a segunda melhor gestão da história (já que a primeira tem que ser a próxima). Só com colaboração, participação, solidariedade e união conseguiremos construir o DCE dos nossos sonhos.

6.Posição firme: Precisamos ser um campo político dirigente, capaz de pautar um debate que agite e mobilize os estudantes da UFPR, que seja capaz de levar para outros grupos a reflexão sobre nossa política, agregar-se a ela ou combate-la, mas para isto precisamos debater com sinceridade e desarmados, mas precisamos ser firmes pois não teremos trégua.

7.Política ou tática? A divergências são naturais e importantes para o crescimento coletivo. No entanto, vejo em nossa gestão uma confusão entre divergências políticas e divergências táticas, a primeira é certamente incontornável mas pouco comum, a segunda, ocorreu em alguns momentos dentro de nossa gestão, quanto decisões foram tomadas sem o consentimento de todos, ocorreu principalmente pelo motivo de serem em início de gestão e o grupo ainda não estar “azeitado”. Reivindico que os companheir@s que se colocam sempre do lado oposto reflitam um pouco mais para que atritos desnecessários sejam superados, sob pena de se tornarem adversários do coletivo e acabarem isolados.

8.Partidos Políticos. Medo e desconhecimento, estas talvez sejam as palavras que melhor retratam a relação de boa parte dos estudantes em relação aos partidos políticos. Muitas vezes os partidos são colocados como o principal inimigo do movimento estudantil, sendo inclusive objeto de oposição simplória de pequenos grupos que se reúnem para combate-los no ME, acreditando que sem eles o ME avançará mais.
No entanto, mau sabem que os partidos são organizações sociais, que organizam a sociedade e os movimentos sociais, que tem como fim a melhoria da sociedade através do seu ângulo e por via institucional, sendo o instrumento dos mais diversos movimentos, tendo as mesmas distorções que qualquer organização.
Precisa ficar claro para nossa gestão que o problema não são os partidos nem os militantes partidários – que optaram por abraçar outras lutas e não apenas a do ME – , mas sim aqueles que tem como objetivo a promoção pessoal e de grupos específicos. Ressalto também que a promoção pessoal e de grupos não é demérito, mas deve ser conseqüência do avanço da entidade.

9.TESÃO. Garra, vontade, paixão, amor para lutar por uma sociedade igualitária, justa, onde tod@s tenham oportunidade, com educação emancipadora e libertária para tod@s.

10.Os Melhores? Talvez, mas não estamos aqui para sermos os melhores, isolados na melhoria. Sabemos que ou essas modificações são uma decisão coletiva dos diversos campos do movimento, ou servirão apenas para nossa alegria isolada. E como estamos aqui para transformar de verdade, não nos serve uma alegria isolada. Precisamos contaminar o Movimento Estudantil com esse debate de que “IMPORTANTE É O MOVIMENTO”.

11.Oposição. A oposição tem procurado caracterizar nosso grupo como uma Máfia, como os pilantras. E acreditem, a oposição tem a proposta de levantar a bandeira ANTI-DCE. É certo que a política buscada por um setor da oposição é da destruição da entidade, vão adotar práticas para minar nossa força nos centros acadêmicos e com os estudantes, vão preparar materiais para nos atingir e tudo mais que possa afetar nossa gestão, não podemos nos enganar! Vamos precisar construir um conselho político que prepare reuniões, organize os CEBs, articule com os Centros Acadêmicos para que os ataques sejam neutralizados e que nosso grupo esteja sempre preparado para os debates.