terça-feira, 20 de novembro de 2007

QUEREMOS MAIS PT CURITIBA!!

Estamos no PT porque queremos lutar junto com outras pessoas que, como nós, acreditam em mundo diferente, mais justo, em que os seres humanos valham mais do que as coisas, em que a fraternidade substitua o egoísmo.Estamos no PT porque defendemos o respeito às diferenças. Raciais, sexuais, religiosas, de gênero. Porque achamos que a pluralidade é o segredo para o mundo ser mais bonito.

Somos Petistas porque a estrela vermelha significa a organização coletiva dos trabalhadores e das trabalhadoras. Porque representa a luta histórica do povo brasileiro pela unidade latino-americana, pelo socialismo, pela igualdade de direitos, pela distribuição das riquezas.

Somos do PT porque apostamos nos Movimentos Sociais como oxigênio da organização partidária. Porque sabemos que não serão os governos e mandatos a solução dos dilemas dessa sociedade de desigualdades, mas sim a luta social, a disputa das mentes e corações por novos valores.

Sabemos das dificuldades de construir essa nova sociedade. Mas sabemos, principalmente, que apenas coletivamente, com o instrumento que é o PT, poderemos organizar as pessoas e alcançar o novo tempo.

Ser do PT em Curitiba, uma cidade de tradição cultural e política conservadoras, é ainda um desafio mais grandioso. Mas estamos convictos de que em Curitiba existem tantas e muitas pessoas que, como nós, não aceitam a ordem das coisas, das injustiças, da hipocrisia, do individualismo, do lucro acima da vida. Temos certeza de que em Curitiba existem os que se rebelam, os que dançam, os que sonham.

E por isso, apostamos no PT de Curitiba como um instrumento da organização da luta dos sonhadores e das lutadoras desta cidade e da região. Caruaru ocupa um espaço político determinante em nosso Estado. O povo dessa cidade vive dominado por uma cultura política assistencialista, mesquinha muitas vezes.

É do PT a tarefa de politizar a política curitibana. É do PT a tarefa de mobilizar os movimentos sociais da cidade, a juventude, as mulheres, os artistas, os sindicatos, os trabalhadores rurais, os poetas. É do PT o desafio de travar um debate de idéias que valorize a Política acima dos cargos e mandatos, acima do troca-troca de favores que vemos por aqui.

Acontece que, infelizmente, vemos um afastamento do PT dos movimentos e da luta social. Quem se lembra de algum ato, passeata, intervenção feita pelo PT de Curitiba? Qual o setorial do Partido que tem funcionado? Quantos debates, reuniões, formação política temos feito?

É óbvio que isso não é culpa de uma gestão ou de um Presidente. Não estamos aqui para apontar culpados. Estamos aqui para apresentar para que viemos, propor soluções e alternativas para o PT de Curitiba.

Por isso, somos do MAIS! Porque não concordamos com a ordem das coisas no mundo, em Curitiba e no PT. O PT precisa ser sacodido! Esta ordem precisa ser desorganizada e sobre ela ser construído um novo tempo. Queremos fazer desse Processo de Eleições Diretas, no próximo dia 2 de Dezembro, um verdadeiro motim! Um momento em que os quase XXX filiados ao PT de Curitiba dizem não à inércia e à apatia e apostam em uma proposta ousada e renovada de se fazer política, de se fazer o PT.

Mas isso só será possível com a participação de todos, de muita gente. Queremos construir instrumentos criativos de participação, até porque o PT existe para que as pessoas possam participar da política e sabe que só assim as coisas no mundo podem mudar.

Em Curitiba não pode ser diferente. O PT precisa de vida, de fôlego, de alegria. Queremos promover debates, seminários. Queremos um Cine-Clube Petista, um Jornal do PT! Precisamos dar vida a nossa sede, mas, mais do que as paredes físicas, precisamos recuperar o símbolo petista, hoje desanimado e desacreditado em nossa cidade.

Daqui até o dia 2 de Dezembro estaremos organizando um Programa de gestão e convidamos cada petista a fazê-lo junto conosco. Não vamos fazer milagres, nem somos super-heróis. Mas a partir da nossa indignação e de nossos sonhos, com muita força de vontade, conseguiremos organizar um mínimo que se espera de um Partido como o PT em uma cidade como Curitiba: vida, luta e coragem! Não temos dúvidas e todo mundo sabe: O PT Curitiba precisa de Movimento, Ação e Identidade Socialista! Chegou a hora de MAIS PT!

*Texto adaptado da Tese REBULIÇO de Caruaru PE, composta pelo MAIS-PE – Movimento Ação e Identidade Socialista de Pernambuco.

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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Com a UNE e os Movimentos Sociais na disputa do Governo Lula!

Por João Paulo Mehl*

 

Entre os dias 28 e 30 de setembro ocorreu o XI congresso dos Estudantes da UFPR na Fazenda Experimental Canguiri da UFPR. A acertada decisão de realizar o congresso em lugar afastado de Curitiba trouxe excelentes resultados: grande presença estudantil(mais de 200 estudantes); debates mais intensos e permanentes e a integração entre as diferentes forças políticas.

Os estudantes da UFPR reforçaram a necessidade de unidade no Movimento Social e Estudantil, rejeitando o divisionismo e reafirmando a importância do fortalecimento da UNE – União Nacional dos Estudantes e da CMS – Coordenação dos Movimentos Sociais.

A avaliação de conjuntura, sempre muito aguardada apresentou importantes novidades para a condução da política da entidade. Foi com grande acerto que o ME da UFPR aprovou com cerca de 2/3 dos delegados a compreensão que a primeira vitória de Lula foi resultado de um acumulo de forças dos movimentos sociais e da esquerda brasileira e representou a derrota da elite conservadora do país, mas reconhecendo que elegemos um governo cheio de contradições, executando políticas avançadas e conservadoras. O congresso definiu ainda que a segunda vitória de Lula, ainda maior nas eleições de Outubro/06, foi acompanhado de uma forte demarcação ideológica voltada a um projeto de governo popular.

Seguida a esta avaliação vem a indagação sobre a forma que os movimentos sociais devem se portar. O congresso deixou claro que não vamos esperar as coisas se resolverem através canetadas, mas através da autonomia dos movimentos com muita mobilização e luta. Esta conjuntura, segundo o congresso, exige dos movimentos sociais uma postura firme quanto ao papel a ser desempenhado em relação ao governo. A divergência entre as políticas adotadas pelos governos e as reinvidicaçoes sociais preocupam todos os segmentos da esquerda do país, o que exige ainda mais dos movimentos sociais a necessidade de refletir, propor, debater sobre alternativas, sobre novos modelos de gerir o estado e de como estabelecer as novas relações sociais aliado a um projeto educacional emancipador.

Este congresso representa uma grande vitória para o Movimento Estudantil brasileiro. É hora e momento para articularmos uma ampla unidade entre os movimentos sociais e as juventudes do Brasil e da América latina para garantirmos uma postura mais autônoma aos rumos propostos pelo governo, combatendo duramente o adesismo e o oposicionismo.

Vamos todos juntos, lutar por uma Reforma Política sólida que balançe as corrompidas estruturas do nosso País, vamos pra cima para garantir educação pública pra todo mundo, vamos que vamos pra acabar com a desigualdade em nosso pais!

* João Paulo Mehl é estudante de administração e faz parte do DCE através do conselho de ensino, pesquisa e extensão da UFPR.

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Vida longa ao Partido dos Trabalhadores

Por Bruno Vanhoni e João Paulo Mehl

É importante, sempre, reafirmarmos o que nos motiva a construir o PT. A miséria, a alienação, os preconceitos, o individualismo, a opressão, a exploração, a negação da dignidade para a maioria, as limitações da democracia burguesa e o canibalismo social que o sistema capitalista impõe para as pessoas são alguns dos absurdos que nos motivam a lutar por uma nova sociedade, tendo no PT nosso principal instrumento de luta.

Compreendemos o partido como um instrumento da luta pela construção do socialismo. Ainda acreditamos que o PT existe para fortalecer a esquerda, para organizar e avançar em defesa do povo explorado e oprimido. Queremos o PT como aglutinador dos movimentos, entidades, instituições e partidos de esquerda.

Passado o III congresso e tendo com ele a reafirmação do socialismo e a necessidade de repensarmos o partido, vemos este próximo PED como uma possibilidade de avançarmos ainda mais. Queremos construir o Partido com uma visão de longo prazo, dentro de um projeto estratégico de construção do socialismo, de alteração da cultura política e transformação da realidade do povo. É certo que só se constrói uma luta tão ampla e longa, exercitando a prática-política socialista no dia-a-dia. Neste próximo processo precisamos debater o que queremos para o presente e para o futuro do Partido dos Trabalhadores.
QUE PARTIDO DOS TRABALHADORES?
1.Democrático: para o partido ser radicalmente democrático ele precisa de espaços de debate e formulação acessíveis a todos e todas filiadas. Igualdade de condições para se expressar livremente no Partido sobre qualquer tema. Precisamos, também, de mecanismos de controle e tomada de decisões democráticos e coletivos.

2.Formação Política: ela se dá através do estudo teórico e da luta prática. Estudar os conceitos do socialismo, a história, a forma com que se estabeleceram e se fragmentaram as relações sociais, os acertos e erros dos processos revolucionários já ocorridos, os efeitos do capitalismo na sociedade, etc., é fundamental para a compreensão da luta e do papel de cada militante na sua construção. As passeatas, as ocupações, as greves, todas as formas de protesto coletivo fortalecem e ensinam muito cada militante. O partido precisa emular e garantir formação para as/os militantes.

3.Plural: não somos iguais e nem carregamos a verdade conosco. Se pretendemos construir uma sociedade igualitária e justa para os desiguais a diversidade de experiências, de compreensão e de opiniões, além de trazer riqueza à formulação e amplitude à ação, também se faz fundamental no combate ao sectarismo. As tendências internas do PT devem trabalhar em conjunto, reconhecer no companheiro e companheira independente ou de outra tendência um aliado/a na luta contra o capitalismo. Essas organizações servem para enriquecer a produção teórica, produzir síntese tática e estratégica do acúmulo produzido na base do Partido.

4.Construção Coletiva: toda luta que fazemos, a concepção de sociedade que temos, as mudanças que construímos e o socialismo só são possíveis se forem construídos com muitas pessoas e para muitas pessoas. Não há outra forma sólida de construção que não a coletiva. O processo de construir coletivamente cria as condições objetivas e subjetivas para que se faça a luta com legitimidade, democracia, comprometimento e unidade de ação.

5.Movimentos Sociais: ter relação com os movimentos sociais é importante, mas estar militando no seu dia-a-dia é imprescindível. Não militamos para apoiar as lutas dos movimentos sociais, militamos para construí-las. O PT nasce contra a prática do aparelhamento dos Movimentos Sociais. A relação entre o Partido e os movimentos deve ser dialética, de troca de experiências, de aprendizado, ensinamento e de construção conjunta. O fortalecimento dos Movimentos Sociais é condição “sine qua non” para efetivação de uma nova sociedade. Temos a responsabilidade de estreitar a relação entre o partido e os movimentos sociais.

6.Disputa de Hegemonia: compreendemos de que só disputando as pessoas, as mentes e corações é que conquistamos uma verdadeira hegemonia social, política e ideológica. Disputar hegemonia significa travar o embate social, político e ideológico em todos lugares possíveis. Acreditamos na importância da disputa institucional, mas ela deve ser considerada como mais uma frente de luta, nem mais, nem menos importante do que as outras frentes. Todas as nossas lutas devem estar a serviço da organização do povo e das lutas sociais.

Organização: Para avançar em qualquer situação e atingir os objetivos democraticamente instituídos, é necessário organização e ações estratégicas. Com desorganização, não é possível conhecer os/as militantes do partido, não sabemos onde estão e nem o que estão fazendo, muito menos conseguimos unir os esforços individuais para ações coletivas. Se uma de nossas grandes tarefas é contribuir e estimular a organização do povo, precisamos organizar nossa própria base de ação, que é o partido dos trabalhadores. A organização é o que nos permite avaliar a conjuntura de forma realista, enxergar as contradições da realidade de forma mais clara, conhecer as demandas e acúmulos de cada setor do partido e integrá-las em um conhecimento comum, que possa servir de base para ações coletivas e estratégicas. Em uma complexa realidade, sempre em constante movimento dialético, é necessário planejar ações organizadas para que os esforços pessoais de cada militante sejam integrados em uma organização comum dentro do partido. Assim, podemos ter um partido que seja democrático em sua essência, mas que seja efetivo em suas intervenções na realidade social.
7.Juventude: qualquer projeto político sólido, socialista, que seja de longo prazo deve ter na juventude uma prioridade. Temos consciência da amplitude, dos obstáculos e do caráter permanente de construção e aperfeiçoamento do socialismo. Avançar na luta de classes, acumular força, transformar a sociedade, alterar a cultura política, são tarefas para muitas gerações de militantes. Ter uma juventude organizada, de massas, que dispute a sociedade, mas principalmente a juventude brasileira para outra concepção de mundo é imprescindível para um partido que tem como objetivo estratégico construir uma nova sociedade.

8.Outros Pontos: acabar com a exploração das pessoas, animais e meio ambiente. A solidariedade com todo povo explorado e oprimido. A autonomia política frente a quaisquer governos. Ser a expressão da base organizada no partido.
O fortalecimento do partido deve ser reflexo de dois elementos: da ampliação da consciência coletiva na sociedade e do avanço da organização popular. Para isso é fundamental que estes elementos balizem toda nossa atuação partidária e individual na sociedade, a forma como nos relacionamos internamente nas instâncias partidárias, nos Encontros, Congressos e Processos Eleitorais internos traduzem a nossa capacidade de transformar em prática o que teorizamos, ou seja, essas relações devem ser a expressão da sociedade pela qual lutamos.
Esses pontos aqui listados não estão em ordem de importância, pois não acreditamos que eles possam ser dissociados, apenas o conjunto deles pode garantir uma prática-política que possa ser reconhecida como socialista.

Acreditamos que fazer esse debate nos ajuda a resgatar e fortalecer nos/nas militantes a concepção de partido como instrumento para transformar a sociedade, emancipar as pessoas e que insira o sentimento e a responsabilidade coletiva na cultura brasileira. Um partido que construa as lutas populares no seu dia-a-dia, que tenha na direção a expressão do acúmulo, teórico e de luta, produzido em sua base. Construímos um Partido para disputar hegemonia na sociedade, não só para disputar eleições, mas que constrói o socialismo cotidianamente. Militamos em um Partido socialista, por uma sociedade livre de preconceitos e exploração.
Apoiando e Disputando o Governo Lula

O segundo Governo do Presidente Lula é, naturalmente, um governo com muitas contradições por ter na sua base e na sua direção setores progressistas e conservadores.
Não é nosso papel discutir neste PED quão melhor foi este governo de todos os outros que nos antecederam. Não vamos listar os inúmeros avanços que esse governo obteve, pois isso é consensual entre nós e a SECOM da Presidência da República já faz.
É um governo em permanente disputa e esse não é o problema, mas o campo em que se dá essa disputa. Disputar o governo apenas no legislativo e no executivo tem limitado os avanços que temos tido.
O PT é o maior responsável pela gestão do governo federal. Certamente o PT é o partido que cativou mais a fundo a indignação, a rebeldia, a luta por dignidade e democracia, o sentimento de transformação e justiça social, enfim, a convicção socialista no povo brasileiro. A maior responsabilidade do partido é dar conseqüência a todo acúmulo gerado no PT e na sociedade desde a Carta de Princípios de 1979 até o III Congresso. As contradições do governo não podem ser as contradições do PT. O partido tem vida própria e deve ser independente do governo.
A próxima direção partidária tem o desafio de conduzir uma relação com o governo que seja para reafirmar, com intransigência, o programa eleito pelo povo. Que seja para defender e lutar pelo governo que elegemos, para organizar todas/os as/os petistas na luta, nos movimentos sociais e para construir o socialismo petista.
A derrota dos tucanos, especialmente no segundo-turno de 2006 mostrou que o projeto político das privatizações, do Estado mínimo foi negado pela sociedade. Este processo deixou claro que o Governo é permeável à radicalização, desde que o processo e a base social o conduzam a isso. Cabe a militancia petista ajudar a organizar melhor a sociedade e principalmente aos movimentos populares se organizarem melhor – qualitativa e quantitativamente – para empurrar o Governo para a esquerda.
Na carta de princípios de 1979 o PT já se definia: “Como organização política que visa elevar o grau de mobilização, organização e consciência de massas, que busca o fortalecimento e a independência política e ideológica dos setores populares”, devendo cumprir o papel de correia de transmissão dos interesses do povo. Não somos um partido feito para governar apenas, somos um partido feito para organizar as massas populares e suas lutas, tendo a política institucional e o governo como instrumentos para implementar nossas bandeiras políticas.
Reivindicamos que a próxima direção do PT seja dirigente para sintetizar as reivindicações e lutas do povo e das/os filiadas/os, que seja combativa para levantar as bandeiras e ir para as ruas, que seja autônoma para pressionar e conduzir a política do Governo Federal, que seja sonhadora, que reencante a militância e fortaleça a esperança dos milhares de brasileiros e brasileiras que tem no partido dos trabalhadores sua referência de luta!
Críticas foram expostas, desafios apresentados, mas agora cabe a militância do partido dos trabalhadores compreender a sua importância neste processo político para participar e dirigir o nosso partido no próximo período, sempre no rumo do socialismo.
Que este PED não tenha o Governo Federal como centro do seu debate, tampouco as eleições de 2008! Que neste PED a disputa não gire em torno da institucionalidade do PT! Que neste PED o centro dos debates e das disputas seja o Partido dos Trabalhadores!
Viva o socialismo
Viva o Partido dos Trabalhadores

Bruno Vanhoni faz parte do coletivo nacional de juventude do PT e é militante do MAIS – Movimento Ação e Identidade Socialista.
João Paulo Mehl faz parte do coletivo municipal de juventude do PT de Curitiba e é militante do MAIS – Movimento Ação e Identidade Socialista.

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terça-feira, 7 de agosto de 2007

Obesidade infantil e a industria de alimentos

Podem me chamar de aproveitador, mas não quero nem saber…. vou aproveitar a matéria abaixo para comentar rapidamente sobre o mercado de alimentos nas escolas.

Lá no meu tempo de colégio eu já ficava meio chocado, ainda com pouca visão das consequencias reais mas com uma certa noção (já que meus pais sempre estimularam a boa alimentação), e já me surpreendia com alguns colegas que sempre tinham várias fichas para a cantina, esta, cheia de salgadinhos, frituras, refrigerantes e tudo o que uma criança gosta (alias, qualquer um gosta de saborear uma boa gordura).

Eu estudei no Positivo, uma escola particular toda cheia de “onda”, e que com certeza tem entre os seus mandamentos(em primeiro lugar) o mesmo da TAM…”nada substitui o lucro”

Pois então, era um absurdo, toda aquela comilança disponível, sem nenhum controle. Eles nunca mudaram, e acho que só mudam se houver alguma lei regulamentando isto tudo. Um pouco mais pra frente descobri que todas as cantinas do colégio e da Universidade eram da mesma rede….é, nem saúde substitui o lucro.

 

Pesquisa aponta obesidade em crianças de Curitiba – 06/08/2007

Estudantes de escolas particulares estão no topo da lista no excesso de peso

Uma pesquisa realizada com 448 crianças de seis a 14 anos aponta que obesidade, colesterol alto e anemia são distúrbios nutricionais cada vez mais comuns em estudantes de escolas particulares e públicas de Curitiba. O estudo foi apresentado pela nutricionista, farmacêutica e mestre em medicina interna, Lucyanna Kalluf, no Congresso Internacional de Nutrição Clínica e Funcional. De acordo com a pesquisa, 21% dos alunos estão acima do peso e 7,5%, obesos. Já o colesterol alto foi detectado em 10,2% e a anemia em 10,6% dos estudantes avaliados. O excesso de peso foi ainda maior em estudantes de escolas particulares (69,9%), contra 30,1% dos alunos da rede pública de ensino. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é considerada a epidemia do século XXI e cresceu em níveis alarmantes entre as crianças.

Dieta – De acordo com a nutricionista, a obesidade, o sobrepeso e o colesterol alto indicam que as famílias não possuem hábitos alimentares saudáveis e que as crianças entre seis e 14 anos de idade estão numa faixa etária de “esquecimento” preventivo. A solução apontada pela pesquisadora é estimular, cada vez mais, a ingestão de alimentos ricos em substâncias saudáveis para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, sempre descartando o consumo de alimentos industrializados.

Indicado – No Paraná, desde 2004, as cantinas e lanchonetes das escolas públicas são proibidas de comercializarem alimentos que estimulem os maus hábitos. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) elabora um cardápio adequado para desenvolvimento saudável dos alunos. Porém, a nutricionista e gerente de alimentação da Secretaria de Estado de Educação de Curitiba, Sirlei Molleta Valaski, afirma que “não é só a escola responsável, as mudanças de hábitos também precisam ocorrer em casa”.

Fonte: (Gazeta do Povo-PR, p. 10 – Tatiana Duarte – 5/8)

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sexta-feira, 29 de junho de 2007

OPORTUNISMO X COMPROMISSO

Por João Paulo Mehl

Neste último dia 28 de junho, cheguei logo cedo no CCE – Centro de Computação Eletrônica – em solidariedade aos servidores da UFPR que, por conta da greve, ocupavam o local. Fui como estudante e representante do DCE UFPR, já que em todas as instâncias possíveis da UFPR o apoio estudantil à greve dos servidores técnicos administrativos da UFPR e do nosso país havia sido legitimado.

Na minha chegada encontrei um aluno que raivosamente esbravejou para mim: “Vocês do DCE são uns OPORTUNISTAS, OPORTUNISTAS!”. Fiquei chocado com a atitude e, ingenuamente, perguntei: “POR QUE OPORTUNISTAS, COMPANHEIRO?”. A resposta não veio neste momento, pois ele saiu em direção ao corredor. Porém, logo em seguida ele passou novamente, apontou pra mim e falou “OPORTUNISTA”… Fiquei um pouco sem jeito, sem entender direito e, até mesmo, constrangido. Pedi pra ele sentar um minuto para conversarmos, mas ele negou.

Na angústia de procurar respostas para tal acusação, acessei a internet para me certificar do significado da palavra “OPORTUNISTA”. Dentre as definições, estavam estas: “aquele que sabe tirar proveito das circunstâncias em dado momento em benefício de seus interesses”; “ aproveitador”; “aquele que espera a desgraça alheia para tirar proveito” . Agora, sentado na frente do computador, fico pensando e repensando onde eu e o DCE UFPR nos encaixamos nestas definições.

De início, pensei no R.U., fechado há semanas, prejudicando os estudantes. Depois lembrei do HC com seu funcionamento parcial e que atinge diretamente a comunidade. Em seguida o NAA que não emite os comprovantes de matrícula nem histórico escolar. Não conseguia lembrar de um exemplo em que conseguíssemos tirar algum tipo de proveito dessa situação. Segui pensando, pensando, pensando como eu, ou o DCE, estaríamos nos aproveitando do fato, já que os estudantes, diretamente afetados pela situação e o público que representamos, não está satisfeito. Portanto, a nossa posição não se adequaria a nenhuma das definições.

Porém caro colega, se oportunista para você é lutar junto dos trabalhadores quando o mais fácil é ceder e deixar tudo como está; se oportunista é apoiar o fechamento do RU como forma de dar visibilidade a uma luta justa, mesmo sabendo que a medida é altamente impopular e que prejudica (de imediato) todas as categorias; se oportunista é cancelar o maior evento do DCE, o Festival de Cultura pela importância que os técnicos tem na sua realização; se oportunista é ficar sem ônibus para ir ao congresso dos estudantes e, ainda assim, apoiar o movimento, mesmo sendo mais fácil blasfemar contra aqueles que reivindicam seus direitos; enfim, se oportunista é ter posição, é ter lado na sociedade e este lado ser o da justiça social, neste caso eu tenho que afirmar, isto é COMPROMISSO!

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terça-feira, 22 de maio de 2007

Foi um Show, valeu galera

Depois de 10 dias o cara vem agradecer….que viagem…

Mas então, semana passada ocorreram as eleições de delegado pra UNE no DCE UFPR e foi foda, foi foda pq quase não dormi, mas ganhamos com 70% dos votos, lindo!

Mas vamos lá: valeu pela galera toda que chegou na festinha, aos que chegaram no começo, aos que só passaram e aos herois da magrudaga, obrigado!

Eu só não posso deixar de comentar o sucesso do tal churras de sacola, que acabou sendo a novidade do dia, uma galera demorou a entender mas no fim das contas deu tudo certo!

Meus tios, como eu já tinha previsto apresentaram a costela e o carneiro:

A costela saiu a 1 da manha depois de 7 horas de fogo:

O carneiro as 4:30 depois de 9 horas de fogo:

Não podemos deixar de falar da banda…..a banda, que também comemorava aniversário!

Foi um show, uns dizem que foi o melhor, mas a garantia é que foi autêntico, a lá Amarelo e os Aminoácidos, livre, leve e solto…sem preconceitos!

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quarta-feira, 9 de maio de 2007

Meu aniversário nesta sexta


Caros amigos,

Na angústia de não encontrar velhos e novos amigos, na saudade do
bate-papo sem compromisso, na felicidade de comemorar mais um ano e
poder encontrar com todo mundo e matar a saudades dos amigos, na
angústia de tentar aplacar um pouco a vontade de estar com minha
amada… É por isto tudo resolvi fazer uma reunião de aniversário um
pouco diferente este ano: como fui pra salvador ver a Rachel e aquele
recurso para comemorar o aniversário foi utilizado por lá mesmo, sem
arrependimento e nem choro de estudante, resolvi comemorar com um
churrasco coletivo, onde os churrasqueir@s(isto é, os que sabem comprar
uma boa carne) levam carne e alguma bebida.

Em Ijuí, no Rio Grande do Sul, eles chamam isso de “churrasco de
sacola”, onde cada um leva um pedaço de carne e o que for beber. Eu
conheci esta tradição na família da Rachel, os Callai, que já cheios da
experiência fazem a o tal “churrasco de sacola” funcionar que é uma
beleza, com perfeita sincrônia…Já vi um feito em uma churrasqueira
improvisada, com os mais variados tipos de carne(cerca de 15 espetos
equilibrados em pirâmides com tijolos) e que resultou num churras
maravilhoso.

Evidente que não tenho a pretensão de igualar o feito dos que experts em
churrasco. E caso você também não tenha e prefira se perder na sessão
das bebidas, não se preocupe,fique na sessão de bebidas e se divirta,
certamente será um belo presente para animar a festinha.

Porém, se você gosta de assar uma carne, frango, peixe, porco ou seja lá
o que preferir, pode levar que a churrasqueira é grande e com certeza
vai ficar uma delícia.

Como eu adoro as prateleiras de carne do açougue e não perco uma
promoção de picanha e nem o carneiro delicioso do açougue vizinho, vou
garantir pelo menos uma baita costela de boi e um carneiro pra
começar… Sem contar aquela certeza que os tios glutões que adoram uma
carninha certamente irão fazer aquela preza…

Claro que não vou deixar também de passar na sessão das bebidas e vou
garantir uma cerveja gelada…

Enfim, este ano o presente que estou querendo é reunir os amigos,
reencontrar os parceiros de longas ou breves datas para fazemos mais
aquela conversa, aquele brinde, aquela luta, aquela mobilização, mas
sempre pra frente…tentando se ver mais, curtir mais um pouco junto,
viver a vida.

Chegue lá que vai ser massa.

Quando? 11 de maio – o dia do meu aniversário mesmo

Que horas? Lá pelas 7 da noite o fogo já estará rolando…

Onde? Rua: Salgado Filho, 5395, no Uberaba

O que vai rolar? O tal ‘churrasco de sacola” + Amarelo, Guti, Cabelo,

Érico, Manolo e Lúcio tocando + João Brum e turma dando uma palinha

Como chegar?

Pela Avenida das Torres:

Siga direto pela Avenida das Torres sentido SJP. Ao chegar na “Barigui

Veículos” vire à direita. Siga até o fim e vire à esquerda na Salgado

Filho. Siga reto, passe o sinal de trânsito e, do lado esquerdo, vai ver
um sobrado, um posto de saúde e logo após o posto uma entrada um pouco
escondida. É ali.

Grande abraço pra todos e vou ver se arrumo um mapa!!

PS: Claro que vai rolar um livro OURO pra quem quiser contribuir com a

Campanha para UPE e UNE !!!

PS2: Vai rolar uma carona solidária saindo do prédio do DCE UFPR as 18:30.

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domingo, 6 de maio de 2007

Uma vergonha para o Movimento Estudantil

O CACOM da PUC passará por mais um período em que barbárie, ignorância, intolerância e o patético são questões de orgulho, triste.

Para quem não sabe ocorrerem as eleições para o CACOM no último mês, onde concorreram duas chapas, INOVAÇÃO, representante da Situação e do presidente do CACOM e tesoureiro do DCE Leonidas e a chapa RECONSTRUÇÃO, formada por um grupo que surgiu insatisfeitos com o rumo do Centro Acadêmico, que a quase 2 anos não faz a prestação de contas do CA nem abre espaço para a participação da renovação e com a proposta de mudar a cara do CACOM, integrada a todo Movimento Estudantil.

Hipocritamente a situação esbravejou contra o debate ampliado com o Movimento Estudantil de outros cursos da PUC e de outras universidades, elegendo uma richa entre PUC e UFPR para despolitizar o debate sobre os rumos do Centro Acadêmico e do Movimento Estudantil.

Uma pena para os estudantes de Comunicação da PUC, mas com certeza a garra e vontade de transformar o Movimento Estudantil da chapa Recontrução dão uma energia extra e a chance de fazer o ME da PUC avançar.

Pela Unidade do Movimento Estudantil!!
Contra a divisão entre as universidades, somos todos estudantes!

Sempre na luta

João Paulo Mehl
DCE UFPR
Movimento Mudança
Apoiador da Chapa Recontrução para o CACOM

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domingo, 22 de abril de 2007

Assembléia Comunitária UFPR

No dia do Servidor Público as 3 categorias realizaram a Assembléia Comunitária na UFPR

A defesa do funcionalismo público ecoou nos corredores da Reitoia da Universidade Federal do Paraná.

As tres categorias da Universidade – estudantes, técnicos e professores – se uniram para reivindicar a manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores. O DCE UFPR se posicionou claramente em defesa dos Trabalhadores do Ensino Público, deixando claro que o DCE tem lado, que o DCE UFPR estará sempre presente nas lutas em defesa do ensino público e dos trabalhadores.

A Assembléia reforçou a máxima de que só a mobilização popular é capaz de pressionar pelas necessidades do povo brasileiro!

Vamos a luta!

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quarta-feira, 14 de março de 2007

Da prata ao software: a luta pela soberania dos povos

março 2006

Por João Paulo Mehl e Marco Antônio Amarelo Konopacki

 

Diz a lenda que é possível construir uma ponte da montanha de Potosí, na Bolívia, à Madri usando somente a prata extraída das minas potosinas. Na verdade, o que parece uma história de ficção é mais um triste exemplo da exploração que sofre a América Latina. A Bolívia já foi considerada “o nervo principal do reino espanhol”: de lá foram extraídos cerca de 16 milhões de quilos de prata, segundo as sempre minimizadas cifras oficias. Entretanto hoje amarga uma das piores colocações no Índice de Desenvolvimento Humano.

Foi por volta do século XVI que o imperialismo europeu consolidou seus negócios no continente, tornando-o a mola propulsora do desenvolvimento do velho mundo, deixando o legado de incalculáveis milhões de mortes e saques.

Viajando três séculos à frente e descendo um bocado, nos deparamos com o Paraguai, exceção latino-americana, que por meio de um desenvolvimento sustentável apoiado nas massas camponesas, conseguiu dar condições minimamente dignas de vida para a maioria de sua população. Evidente que isto incomodava os imperialistas da época, que viam no pequeno país um mau exemplo para os vizinhos, já que, além de independente dos bancos ingleses, era o mais próspero país da América Latina. A retaliação não tardou: por meio da chamada Tríplice aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), financiada pelos bancos e indústrias inglesas, iniciou-se a tarefa de exterminar a pátria, o povo e a esperança da América Latina livre.

Entretanto os paraguaios não estavam sozinhos, outros pensadores também sonhavam com uma América diferente. E foi na carta da Jamaica que Simon Bolivar expressou de maneira clara a importância de formarmos um único bloco como forma de resgatarmos nosso “crédito” deixado pelos exploradores.

Porém o colonialismo tinha criado novas formas e agora não era mais a Espanha nossa inimiga, mas a Inglaterra, que desenvolveu seus tentáculos fundamentada nas teorias mercantilistas sedimentadas no século XVII e que até hoje impõe sua grande prepotência aos demais povos do mundo.

 

Avançamos mais um pouco no tempo e nos deparamos com o que poderia ter sido o fim do capitalismo: a crise de 29. As reações foram das mais diversas na América Latina. As esquerdas fortaleceram-se enquanto movimentos de massa através dos partidos socialistas e comunistas. Os sindicatos e centrais sindicais também se proliferam por quase todo continente. A classe trabalhadora teve papel fundamental neste período, já que as mudanças provocadas pela crise impulsionaram o desenvolvimento industrial em quase todo o mundo, fortalecendo-a ainda mais.

Temos que nos atentar, no entanto, para o caráter urbano das modificações e dos movimentos de esquerda, que, com exceção do pioneirismo do México e sua revolução, não trataram da reforma agrária, separando assim os rumos dos trabalhadores urbanos e rurais.

No Brasil, elegemos como símbolo a introdução dos direitos trabalhistas no governo de Getúlio Vargas, que, embora progressista, restringiu-se apenas a vitórias para os trabalhadores urbanos. Isto se deu, muito certamente, por conta dos interesses dos sempre fortes coronéis que não permitiram que a questão agrária fosse tratada, nem naquele tempo e nem nunca, visto que ainda possuímos a pior estrutura fundiária do mundo.

Mas essas não foram as únicas lutas pela emancipação dos povos da América Latina. No Chile e no Uruguai, vimos a esquerda se consolidando sobre a forma de partidos socialistas e comunistas. No México e na Argentina, aconteceram os movimentos nacionais e populares como PRI e o Peronismo.

Mesmo o Brasil teve seu líder comunista com o governo caindo acidentalmente nas mãos de João Goulart. O gaúcho quebrou tabus e incomodou os membros da TFP (Tradição Família e Propriedade) quando priorizou as reformas de base, em especial, a Reforma Agrária. Mais rápido que formiga indo para o açúcar, os militares marcharam para a capital para derrubar o sonho de uma nação construída pelas pautas dos movimentos sociais. Pior, não tivemos liderança suficiente para reagir e lutar.

Em seguida, boa parte da América Latina viveu um negro período de dominação pelos militares. Os conservadores, estreitamente ligados ao porrete dos EUA, instituíram algumas das mais sangrentas ditaduras da história contemporânea.

Recentemente, a beira do século XXI, presenciamos a força do maior império de todos os tempos expandir o seu modelo de sociedade pelo mundo, em especial para os países latino-americanos.

Com a política do porrete e depois da bomba atômica, os Estados Unidos passaram a ser os maiores opressores do mundo, tanto no campo político quanto no econômico. Na sociedade estadunidense homogeneizada a diversidade da América Latina incomoda e, como, para eles, somos o seu quintal, aqui só deveriam florescer flores vermelhas, brancas ou azuis.

No entanto, o sentimento de unidade e integração entre os povos, seja pelos movimentos sociais, seja pela sociedade civil organizada, resiste e faz florescer as flores os sonhos do POVO. Presenciamos, portanto, a eleição de grandes líderes populares, como Lula, Hugo Chavez, Evo Morales, Kirchner, Tabarés Vázquez e Rafael Correa.

Este momento histórico fortalece a perspectiva de que a soberania de um povo não se negocia; que a luta pelos direitos dos trabalhadores e dos oprimidos se mantém viva e, principalmente, que Simon Bolivar estava certo quando disse que “todos os povos do mundo que lutaram pela liberdade exterminaram por fim os seus tiranos”.

A negação a Alca e a consolidação do bloco do Mercosul são exemplos da rejeição do modelo estadunidense. Porém, não devemos e nem podemos deixar de ser críticos em relação a estes avanços. Embora eles estejam ocorrendo, a integração tem sido majoritáriamente econômica. É necessário pressão por uma integração cultural, social e política, pois, sem isto, as forças opressoras não vão tardar em reassumir o poder.

É importante também não esquecermos qual é a correlação de forças no nosso continente. As elites dominam os meios de produção industrial e agrícola e hegemonizam a comunicação – talvez o mais estratégico instrumento de dominação. Tais unidades de poder maquinam as engrenagens da história de forma que ela se rompa antes mesmo de dar sua primeira volta. Os meios de comunicação de massa, altamente elitizados e conservadores, e a alta burguesia são a força contrária ao processo de emancipação e soberania que está em marcha na América Latina.

Esta emancipação e integração da América Latina passa obrigatoriamente pelo acesso à comunicação como instrumento político. Sem uma comunicação mais democrática não há possibilidade de fortalecimento da nossa luta. Vivemos hoje um período em que os meios de comunicação têm uma importância fundamental na formação da nossa visão de mundo. Entretanto, o que verificamos é um monopólio e uma concentração dos veículos na mão de pouquíssimas famílias. Via de regra, tal elite procura formar indivíduos apolíticos, desinteressados e descomprometidos com o futuro das sociedades em que estão inseridos. Os meios de comunicação transformaram-se em meras ferramentas comerciais de reprodução de indivíduos voltados para o consumo. Quem ousar reverter esse processo e inserir uma programação mais regionalizada, independente e passível de participação popular, estará, sem dúvida, trabalhando a favor da libertação da América Latina do julgo de seus dominadores. Hugo Chavez, ao criar a Telesur, primeiro canal de televisão voltado para a América Latina, com ampla participação popular, deu um importante passo nesse sentido.

Precisamos produzir nossas próprias ferramentas de comunicação e de conhecimento, pois caminharemos rumo a uma sociedade mais igualitária e plural. E é por isso que os movimentos de libertação do conhecimento têm muito a contribuir neste debate. O movimento Software Livre vem quebrando fronteiras tecnológicas, permitindo uma democratização do acesso à tecnologia e também o desenvolvimento colaborativo dela.

O “Creative Commons”, é outra interessante ferramenta para a nossa libertação, pois permite o copy left e reserva apenas alguns direitos na produção de conteúdo intelectual. Isto significa que esta licença garante a autoria das obras, porém, de acordo com a vontade do autor, libera alguns direitos para a comunidade. Com isto, torna-se possível criar uma nova obra a partir de outra já criada. Ou seja, construir colaborativamente para aquele conhecimento. Isto permite a inclusão de características regionais em cada obra e ela deixa de ser egoísta-hegemônica para ser solidária-colaborativa. Essa é a verdadeira divisão do poder nas comunidades locais e nós, da América Latina, temos em nossa raiz social o processo colaborativo nas veias.

Da prata ao software fica clara a disputa travada na sociedade: de um lado, temos a propriedade, o domínio, o resultado financeiro como mola propulsora da concentração de renda e riquezas; do outro, temos a colaboração, a solidariedade e a liberdade para construir uma América Latina democrática e socialista! Cabe ao Estado, regulador e dirigente dos rumos do país, indicar e garantir o caminho e ao Movimento Social pressionar e lutar!

 

João Paulo Mehl é militante do PT do Paraná e Coletivo Soy Loco Por Ti

Marco Antônio Konopaki – Amarelo, militante do PT do Paraná e Coletivo Soy Loco Por Ti

 

Revisão

Rachel Callai Bragatto, jornalista, INTERVOZES

 

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